INSTITUTO CONSCIENTIZAR Informa:

24/01/2016

Mais uma travesti é brutalmente assassinada em Rio Verde (GO); cidade continua no topo do ranking de crimes homofóbicos no interior goiano

A travesti Bruna Souza, 23 anos, mais uma vítima fatal da violência em Rio Verde (GO).
Uma travesti, conhecida por fazer programas sexuais na avenida Pauzanes de Carvalho, em Rio Verde, na região sudoeste de Goiás, foi brutalmente assassinada por um grupo de homens ainda não dentificados. O crime ocorreu no final da noite do sábado, 23/01, próximo a um motel no bairro onde a travesti frequentemente estava.

De acordo com a ocorrência registrada pela polícia, o jovem Adenilson Cardoso de Menezes, conhecido no meio LGBT como a travesti Bruna Souza, 23 anos, estava em seu ponto de programas sexuais quando foi abordada por vários indivíduos que a levaram para um local escuro e a atacaram com vários golpes de faca. Após o crime, os assassinos da travesti fugiram sem ser identificados.



Pouco tempo depois, Bruna Souza foi encontrada agonizando por outras travestis colegas do ponto de prostituição no setor Pauzanes de Carvalho. O Corpo de Bombeiros foi acionado e prestou socorro à vítima que foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Bruna não resistiu a gravidade dos ferimentos e veio a óbito.

Amigos da travesti Bruna Souza estavam transtornados e revoltados com o crime. A travesti Isadora disse que sua colega, Bruna, não possuía inimigos e não estaria envolvida em algum tipo de problema ou atividade ilegal. Na opinião de Isadora, o crime é uma retaliação às travestis que mantém pontos de programas sexuais no setor Pauzanes de Carvalho. Isadora contou que, dias atrás, dois adolescentes foram agredidos por pelo menos cinco homossexuais dentro do banheiro de um posto de combustíveis. O vídeo do flagrante da agressão circula nas redes sociais da internet.

Em Rio Verde, cidade onde mais se mata travestis no interior goiano, travestis dizem que constantemente estão sendo ameaçadas de morte, além de serem vítimas de roubos quase que diariamente. Elas pedem providências à Polícia Militar (PM). O aspirante-PM Danilo disse à um site de notícias policiais que viaturas vão intensificar o patrulhamento na região, com o intuito de diminuir os casos de agressões e, até mesmo, coibir outros crimes de homicídios.

O assassinato da travesti Bruna Souza está sendo investigado pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), da 8ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

UMA SÉRIE DE CRIMES - É inegável que Rio Verde (GO) vivencia uma onda absurda e abominável de intolerância contra LGBT (lésbicas, gays, travestis e transexuais), principalmente travestis e transexuais. Outros casos de agressões e, até mesmo mortes, foram registrados pela polícia rio-verdense nos últimos meses. Uma travesti conhecida como Débora foi atingida por dois tiros ao se desentender com um cliente na porta de um motel localizado na região sul da cidade. Um dos tiros ficou alojado e a vítima teve que passar por intervenção cirúrgica.

Outra travesti, que usava a alcunha de Estrela, muito conhecida em Rio Verde (GO), por várias vezes foi agredida por clientes. De tanto se envolver em agressões, preferiu sair da cidade. Acrescenta-se a estes casos o bárbaro assassinato de uma travesti registrado no início de 2016, mas que teria ocorrido em meados do final da primeira quinzena de dezembro passado. O corpo de Denilton Pereira de Almeida, conhecido como a travesti Mel, foi encontrado já em avançado estado de decomposição dentro de uma vala às margens da BR-060, no perímetro Urbano de Rio Verde. A Perícia constatou um corte em sua garganta. Os familiares, moradores em Palmas, Tocantins, reconheceram o corpo. Na época, a vítima trajava saia e blusa com estampa que imitiva pele de onça, figurino que foi fundamental na rápida identificação da vítima.

Recentemente, uma espécie de pensionato/república onde moram aproximadamente 13 travestis foi invadido por um grupo de assaltantes, que após agredirem as vítimas, tentaram roubar vários objetos, dentro eles, um televisor. A Polícia Militar foi acionada e conseguiu frustrar o roubo. Um dos assaltantes foi preso. Segundo os moradores do local, os criminosos tinham informações privilegiadas, pois, certamente eram clientes sexuais de algumas das travestis.

Em 2015, uma travesti danificou um carro e agrediu fisicamente um homem, o qual foi acusado de não pagar um programa sexual. Toda a discussão e as agressões foram filmadas por pessoas que testemunharam a briga que ocorreu nas dependências de um posto de combustíveis localizado no Setor Pauzanes de Carvalho. O vídeo foi amplamente divulgado pelas redes sociais da internet.


E em 18 de janeiro deste ano, também em Rio Verde (GO), um grupo de travestis agrediu violentamente um casal de adolescentes. As travestis alegaram que constantemente são vítimas de roubo no local onde fazem ponto para programas sexuais, fato este que teria ocorrido mais uma vez e motivado a agressão aos adolescentes. O caso também foi registrado pelor câmeras e rapidamente se espalhou pelo aplicativo social WhatsApp.

ONG "Instituto Conscientizar" divulga nota em repúdio à onda de crimes contra travestis em Rio Verde (GO)

O fundador e presidente da organização não-governamental (ONG), Instituto Conscientizar, jornalista Terry Marcos Dourado - instituição que, em março de 2010, nasceu tornando-se oficialmente a primeira e única organização LGBT de Rio Verde (GO) - divulgou na tarde do deste domingo, 24/01, uma nota oficial de repúdio contra a onda de agressões e assassinatos vitimando travestis em Rio Verde, mantendo a cidade como a campeã de crimes de ódio e intolerância contra pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), principalmente as travestis. A seguir, você lê a íntegra da nota oficial do Instituto Conscientizar.

O Instituto Conscientizar, oficialmente a primeira organização não-governamental (ONG) pró-cidadania e direitos humanos para pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) de Rio Verde (GO), fundada em 13 de março de 2010; vem publicamente manifestar o nosso repúdio e nosso protesto diante da crescente onda de violência, principalmente mortal, que tem vitimado, mormente, travestis e transexuais na cidade de Rio Verde (GO), mantendo esta cidade no topo do ranking da morte e da violência contra LGBT no interior goiano, e entre as mais violentas para LGBT em toda a região Centro-Oeste do Brasil, nos últimos 05 (cinco) anos.

Tal constatação, comprovada por registros oficiais de crimes pelas instituições policiais rio-verdenses, fomenta e amplia nossa preocupação sobre as consequências nefastas da ausência de políticas públicas protetoras da cidadania e dos direitos civis e humanos para lésbicas, gays, travestis e transexuais na cidade de Rio Verde (GO).

É imprescindível que cidadãs e cidadãos LGBT de Rio Verde (GO), que pagam impostos e colaboram com o progresso e o desenvolvimento da cidade, não continuem mais ignorados pelo Poder Público, em todas as suas esferas de atuação, e tenham deste poder constituído toda a atenção, toda a dedicação, todo o respeito e consideração em caráter emergencial, para que pessoas LGBT não sejam mais forçadamente jogados à margem da sociedade.

É preciso que todas as autoridades competentes, todas juntas, tomem medidas emergenciais para conter, frear e, se possível, acabar com esta onda macabra, absurda, revoltante e inadmissível de crimes absurdamente violentos, mortais ou não, contra cidadãs e cidadãos que são vitimados por não terem aceitas ou, pelo menos respeitadas, suas orientações sexuais e/ou identidades de gênero, mesmo que a Carta Magna Brasileira, nossa Constituição Federal de 1988, garanta que "todos são iguais perante à Lei".

Assim sendo, a nossa organização, o Instituto Conscientizar, que trabalha pela erradicação de preconceitos, mormente a "homo-lesbo-bi-transfobia"; também luta pela conscientização popular para o respeito e a tolerância à diversidade humana; também luta por mais dignidade, cidadania e inclusão social de LGBT; vem publicamente cobrar, formal e oficialmente, de todas as autoridades constituídas e competentes nas pautas sociais com as quais lidamos; para que não só estes casos absurdos de violência extrema contra travestis sejam elucidados e seus autores punidos com o máximo dos rigores da lei; mas que também adotem, emergencialmente, políticas públicas eficientes em defesa e em proteção a este segmento social que, não pode mais ser ignorado ou destratado como se não fizesse parte da sociedade.

Queremos continuar acreditando na lisura, na ética, no bom senso e, principalmente na sensibilidade social dos Poderes Públicos legal e formalmente constituídos de Rio Verde (GO), de que não mais continuarão comungando ou permitindo que estas "carnificinas" motivadas pelo preconceito e pela intolerância de certos grupos sociais, continuem acontecendo. E nos colocamos à disposição para o que for necessário e possível.

Ás vítimas, nossa solidariedade, nosso respeito, nosso luto.

TERRY MARCOS DOURADO
Fundador e presidente do Instituto Conscientizar
Rio Verde, Goiás, Brasil

05/01/2016

Rio Verde (GO): Corpo de travesti é encontrado após cerca de 15 dias do assassinato

O corpo da travesti, ainda não identificado, foi encontrado em avançado
estado de decomposição às margens da BR 060, em Rio Verde (GO).
Rio Verde, GO - Uma das maiores e mais importantes cidades goianas, Rio Verde, localizada na região sudoeste do Estado, continua sendo destaque no assassinato de travestis e/ou transexuais no Centro-Oeste do Brasil.

A Polícia Civil ainda não identificou o corpo de uma travesti encontrado em uma vala às margens da BR-060, no bairro Santo Antonio. O caso foi registrado pela Policia Civil de Rio Verde (GO), na tarde do domingo, 3 de janeiro.

O Instituto Médico Legal está trabalhando desde o momento do encontro do corpo para que o mesmo seja identificado e enterrado o mais breve possível. Vale ressaltar que a identificação de um corpo em avançado estado de decomposição, como é o caso deste que foi encontrado na BR-060, requer uma logística mais apurada, para seguir com os procedimentos de praxe da investigação policial.


O corpo da travesti, ainda não identificado, foi encontrado em avançado
estado de decomposição às margens da BR 060, em Rio Verde (GO).

O corpo da travesti, ainda não identificado, foi encontrado em avançado 
estado de decomposição às margens da BR 060, em Rio Verde (GO).

A perícia acredita que a morte pode ter acontecido entre 15 e 20 dias antes do domingo 3 de janeiro, ou seja, entre os dias 15 e 19 de dezembro. A polícia acredita que a travesti possa ter sido assassinada, pela maneira em que o corpo da vítima foi encontrado. A vítima estava usando uma blusa com estampa que simula a cor da pele de uma onça, usava um anel no dedo direito e estava com uma peruca. O fato ainda é um mistério até o fechamento desta reportagem (05/01/2016).

ATUALIZANDO A NOTÍCIA (05/01/2016)


O corpo da travesti Mel, cujo nome de nascimento era Deniltom Pereira de Almeida, natural de Porto Nacional (TO), foi encontrado na tarde do domingo passado, 3/12, numa vala de aproximadamente três metros de profundidade às margens de uma via secundária da BR-060, no bairro Santo Antônio de Lisboa, em Rio Verde, na região sudoeste de Goiás.

A Polícia Civil de Rio Verde (GO) suspeita que a travesti Mel tenha sido assassinada com um corte no pescoço. O caso continua sendo investigado pelo Grupo de Investigações de Homicídios (CIH) da 8ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

Durante a realização da perícia, a Polícia Científica percebeu um corte no pescoço da vítima, o que pode ser a causa da morte da travesti, mas devido ao avançado estado de decomposição em que o corpo foi encontrado, somente após liberação do laudo é que se poderá afirmar por qual meio a travesti Mel foi morta.

Durante as investigações, policiais foram informados por outras travestis que a vítima havia tido um desentendimento há alguns dias com outra pessoa. A pessoa suspeita de ter assassinado Mel já está sendo investigada, principalmente por ter feito ameaças de morte à travesti.

O corpo da travesti Mel foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Verde (GO), mas nenhum familiar compareceu para providenciar o sepultamento. Para a Polícia, Mel residia em outra cidade e estaria apenas de passagem por Rio Verde (GO), fato muito comum para a maioria das travestis que fazem programas sexuais em Rio Verde (GO).

11/11/2015

"Instituto Conscientizar" publica nota condenando racismo contra modelos de Jataí (GO); presidente cobra punição rigorosa e exemplar

Jataí, GO - A organização não-governamental (ONG) de Jataí (GO), Instituto Conscientizar, fundada e presidida pelo jornalista, bacharel em Direito e artista jataiense Terry Marcos Dourado, publicou uma nota oficial lamentando e condenando, com veemência, o lastimável episódio de racismo contra os modelos jataiense Tainara Santos e Jeferson Santos (entenda o caso, clicando no link azul neste parágrafo).

A nota oficial do Instituto Conscientizar cobra uma punição rigorosa e exemplar das autoridades que, em breve, vão julgar o caso que, no momento, encontra-se sob investigação da polícia. Assim diz a nota oficial:
Terry Marcos Dourado, fundador e presidente do Instituto Conscientizar.
“A organização não-governamental (ONG) Instituto Conscientizar, sediada em Jataí (GO) desde sua fundação há quase seis anos, foi criada para – entre outros objetivos principais – combater todas as formas de preconceito, com destaque para preconceitos contra a orientação sexual e identidade de gênero. O Instituto Conscientizar defende o respeito ao ser humano e à sua personalidade nata e original, sejam eles quais forem.

Nesse sentido, é inadmissível, inaceitável e abominável que preconceitos continuem existindo nas sociedades jataiense, goiana, brasileira e, em todo o planeta. Seres humanos nascem para serem livres. Livres sob todos os aspectos. Livres para serem o que são e, assim, terem os mesmos direitos e deveres/obrigações imputadas a qualquer outrem.
Não podemos nos calar, jamais, diante de casos nojentos como o que – lamentavelmente – aconteceu aqui em Jataí (GO), onde os modelos jataienses Tainara Santos e Jefferson Santos, foram absurdamente agredidos, não em razão de terem provocado alguém, mas pelo simples motivo da cor da pele de seus corpos.

Absurdo será, nós enquanto instituições sociais (incluem-se aqui todas as autoridades políticas, da segurança pública, da educação, da imprensa e, principalmente do Poder Judiciário), continuarmos, todos, a ser maleáveis ou tolerantes com este tipo de gente, do mais baixo nível sócio-intelecto-cultural-educativo que, certamente por algum distúrbio de ordem psicológica ou psiquiátrico – atentam gratuitamente contra outrem, ferindo gratuitamente a dignidade, a honra, a autoestima de outrem, causando-lhe prejuízos sociais, morais e até mesmo problemas de saúde e psicológicos, com suas expressões e atitudes preconceituosas.

Em pleno século 21, é inaceitável qualquer forma de preconceito. A autointitulada “sociedade moderna” ou “sociedade contemporânea” tem que fazer jus a estes rótulos e extirpar de seus princípios, condutas e normas, toda – literalmente, toda – forma de preconceito e exclusão social.

E para isso, de fato, acontecer, é preciso haver um pacto harmônico e, verdadeiramente funcional, entre importantes áreas da sociedade, tais como: educação, cultura, segurança pública, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Sem esta união harmônica, porém, independente, não há como resolver tão grave e emblemático problema social – o preconceito. Preconceito, este, que se multiplica e se fortalece sob várias formas, atingindo a diversos grupos sociais, aliás, atingindo – de uma forma, ou de outra – a todas as pessoas.

Numa análise mais aprofundada, concluímos que todas as pessoas – literalmente, todas – de uma forma, ou de outra, sofre – ou já sofreu – algum tipo de preconceito. Seja preconceito racial (cor da pele), seja por ser LGBT (homossexual), seja por pertencer à religião “X”, seja por ser magro demais, ou gordo demais, ou por causa da altura do corpo (...). Há uma infinidade de formas de preconceito.

E num país onde o lema do Governo Federal é “Pátria Educadora”, não se pode permitir que esses tipos de pessoas sem o mínimo de educação social, sobretudo uma educação básica sobre valores humanos – valores estes que deveriam ser aprendidos ainda no berço, ou seja, no seio familiar, dentro das casas das famílias, mas infelizmente não é assim que acontece – continuem se achando no absurdo direito de atacarem gratuitamente outrem na compulsão inconsequente de externarem suas frustrações, suas decepções, mágoas, suas invejas, seus ódios íntimos, dentre outros inúmeros sentimentos nocivos e “suicidas” e suas fraquezas de caráter (...) tudo isso que, no dia-a-dia preferem mascarar; mas uma vez estando em um ambiente virtual de “anonimato” da internet, sobretudo, das redes sociais, se encorajam a detonar todos estes (e outros) sentimentos nocivos e hostis ao próximo, não contra si mesmos, mas contra pessoas inocentes, vítimas as quais quase sempre sequer conhecem; na certeza de que continuarão impunes.

É inaceitável tudo isso continuar acontecendo e, estes criminosos fomentadores do preconceito continuem transitando por aí impunes e cada vez mais audaciosos, atrevidos, prepotentes, zombando das nossas leis e, cada vez menos humanos ou humanizados.
Diante de tudo isso, o Instituto Conscientizar, que se preocupa com a educação consciente (conscientização) das pessoas para o respeito mútuo, entre outras ações, vem publicamente cobrar maior rigor, um rigor exemplar, na apreciação judiciária deste lamentável fato ocorrido aqui em Jataí (GO).

E que, independentemente de quem sejam os indivíduos infratores, que tenham cometido este bárbaro e revoltante crime preconceituoso, independentemente do nível ou “importância” social que, porventura, possam ter, independentemente do “peso” que suas RGs (documentos de identidade) possam ter; tais pessoas possam ser exemplarmente punidas com os rigores da Legislação Brasileira, sem afrouxos. E, assim – e somente assim – nós, parte humana e humanitária da sociedade, que praticamos valores humanos, possamos acreditar que há uma justiça verdadeiramente “justa” nesse País.

Nossa Carta Magna de 1988 assim diz que “todos somos iguais perante a Lei”. E é assim que deve ser, “ad perpetum”. E, com base nesta afirmativa da nossa Lei-Maior, nossa organização, o Instituto Conscientizar, espera que uma punição exemplar seja aplicada a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, estão envolvidas nos ataques racistas praticados contra os dois modelos jataienses para que, todas as pessoas entendam, de uma vez por todas, que cor da pele em nada interfere no caráter, nem na dignidade, na inteligência ou na integridade física e humana de uma pessoa. E que cor da pele só causa algum incômodo ou problema na cabeça ou na mente daquelas pessoas que, infelizmente, ainda não aprenderam a serem humanas, aliás, sequer têm consciência, verdadeiramente, se é.

Por este motivo, estas pessoas vivem uma supremacia ilusória e doentia que as tornam tão perigosa quanto o pior dos homicidas, porque elas podem, sim, matar alguém com seus preconceitos, ou matar algo em alguém com seus preconceitos. Podem matar a dignidade, a autoestima, ou qualquer outro sentimento ou atitude que torne a outra pessoa, a vítima, um ser humano especial.

O Instituto Conscientizar manifesta publicamente sua profunda e sincera solidariedade aos modelos jataienses Tainara Santos e Jefferson Santos e espera que o Poder Judiciário, único competente a julgar este caso, não decepcione a população de bem  desta cidade de Jataí (GO) a ponto de permitir que este lamentável crime fique impune.
Jataí (GO), novembro de 2015.

Bel. TERRY MARCOS DOURADO - Fundador e presidente do Instituto Conscientizar"

27/06/2015

Instituto Conscientizar foca na violência homofóbica e lança campanha em vídeo com imagens reais

Já está na internet, desde a quinta-feira 25 de junho, a nova campanha institucional em vídeo da organização não-governamental (ONG) goiana Instituto Conscientizar, há pouco mais de cinco anos fundada e presidida pelo jornalista, bacharel em Direito e ativista LGBT de Goiás, Terry Marcos Dourado, que assina o roteiro e a direção do vídeo produzido com imagens fortes e reais. 

A seguir, assista ao primeiro vídeo da campanha do Instituto Conscientizar em alusão ao dia 28 de junho - Dia Mundial do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).


Uma segunda campanha em vídeo do Instituto Conscientizar, desta vez, com atores simulando sexo e violência será postado na internet neste final de semana, quando o mundo inteiro celebra o Dia Mundial do Orgulho LGBT, no domingo 28 de junho.

O tema-chave de ambas as campanhas é: "Orgulho de Ser LGBT. Orgulho de Ser Humano", com foco na conscientização da pessoas para o combate emergencial ao preconceito intolerante por orientação sexual e identidade de gênero que têm violentado e matado cada vez mais no Brasil.


Terry Marcos Dourado, presidente
do Instituto Conscientizar.
"Nossa intenção, com estas - e outras campanhas que iremos produzir - é tocar as pessoas para que elas reflitam sobre pontos emergenciais e fundamentais da nossa luta árdua, porém, incansável para garantir os direitos civis às cidadãs e cidadãos brasileiros que merecem ter o mesmo respeito, consideração e uma vida digna como qualquer cidadã ou cidadão heterossexual", argumentou o autor, roteirista e diretor das campanhas em vídeo, Terry Marcos Dourado.

"O Brasil, lamentavelmente, continua sendo líder em assassinatos de pessoas pelo simples motivo de suas orientações sexuais ou identidades de gênero, ou ambas as situações, não serem aceitas e, sequer toleradas, por certos grupos da sociedade, instigados por líderes religiosos fundamentalistas cristãos, gente que professa uma fé fanática e maligna, por pessoas ignorantes que não conseguem entender os verdadeiros princípios basilares dos direitos humanos que devem ser, em síntese, garantidos para todas e todos, sem quaisquer distinções, muito menos acepções de caráter religiosas", prosseguiu Dourado.

Imagens reais - O primeiro vídeo da campanha do Instituto Conscientizar em alusão ao Dia Mundial do Orgulho LGBT usa imagens reais e chocantes de vítimas fatais da crescente onda de violência homofóbica no Brasil. "Optei mais uma vez por usar imagens reais para impactar as pessoas e, com o impacto, fazê-las refletir sobre qual a contribuição que elas têm dado no fomento e no crescimento - ou na propagação crescente - desta onda macabra de violência e assassinatos de pessoas pelo simples motivo de serem diferentes daquilo que a sociedade rotulou como padrão social", argumentou o presidente do Instituto Conscientizar.

"Nossa intenção não é chocar a sociedade por simplesmente chocar, absolutamente. Queremos fazê-la enxergar a realidade nua e crua como ela diariamente se apresenta a nós e, na maioria das vezes, fingimos não vê-la. As pessoas precisam entender, e pra ontem, que não se pode agredir, violentar, nem matar uma outra pessoa porque ela pensa ou age ou é diferente daquilo que achamos que somos, agimos ou pensamos. Cada um é cada um. E a diversidade humana, assim como de tudo que existe neste planeta, vai continuar existindo, independentemente da nossa vontade, porque é parte da natureza e da Vida", argumentou Terry Marcos Dourado.

O primeiro vídeo que usa estatísticas do Grupo Gay da Bahia (GGB), por exemplo, deixa claro que "não há qualquer vantagem em ser LGBT" e que "a gente apenas é LGBT" e que "a gente só quer ser feliz tendo os direitos respeitados, principalmente o direito à vida" - ressaltou o presidente do Instituto Conscientizar. [Ascom/IC]


17/06/2014

Rio Verde (GO): Após violentar homossexual a pauladas, rapazes passam com o carro por várias vezes sobre a cabeça da vítima

Apesar de saber, por confirmação de familiares, da orientação homossexual da vítima, polícia civil não considera o crime com motivação por homofobia.


Por Instituto Conscientizar

A cidade de Rio Verde, na região do Sudoeste Goiano, registra seu primeiro "homocídio" (crime de assassinato por motivação homofóbica) deste ano de 2014.


José Domingos Mendes, 61 anos - A vítima.
No período manhã da segunda-feira, 16 de junho, a Policia Militar de Rio Verde encontrou o corpo de José Domingos Mendes, 61 anos. Ele era auxiliar de enfermagem do Hospital Municipal de Rio Verde. O corpo estava em um milharal próximo a BR 060 em uma estrada de terra.

Vestígios deixados no local deixam a suspeita de que o assassino passou o veículo da própria vitima, varias vezes por cima do corpo após tê-lo agredido com várias pauladas. O carro da vítima, um veículo Gol vermelho, foi encontrado abandonado no Setor dos Funcionários.

Agentes do Grupo de Investigações de Homicídios da Policia Civil em Rio Verde (GO), comandados pelo delegado Francisco Lipari Filho, agiram rápido e conseguiram prender os dois rapazes suspeitos de terem assassinado o técnico em enfermagem.

Nilton Oliveira Fernandes, de 21 anos; e Bruno Lima da Silva, de 22 anos, foram presos na tarde da segunda-feira, 16 de junho, e confessaram o crime. De acordo com o delegado, a investigação teve inicio ainda no local onde o corpo foi encontrado. Familiares da vitima informaram a policia que os dois jovens tinham uma relação íntima com o auxiliar de enfermagem. Familiares da vítima disseram à polícia que José Domingos Mendes constantemente saia com os dois rapazes.


Nilton (E) e Bruno (D): os assassinos.
Pelas informações de familiares da vítima, todos os indícios levam a crer que o assassinato foi motivado por homofobia e também por dívida de programas sexuais entre a vítima, que segundo familiares, era homossexual, e os dois supostos garotos de programa. Mesmo assim, a polícia qualificou o crime como sendo latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.

Os detalhes do crime - De posse do aparelho de telefone celular da vítima, os agentes da Polícia Civil constataram que as ultimas ligações recebidas foram feitas por Bruno Lima. O rapaz foi preso no trabalho dele, um lava-a-jato no centro de Rio Verde. Ainda no local, Bruno dedurou o amigo Nilton Fernandes à polícia, dizendo que o mesmo também participou do crime. Bruno, inclusive, contou à polícia que seu comparsa encontrava-se trabalhando em uma oficina na Vila Maria, também naquela cidade.

Na delegacia os dois jovens confessaram o crime e relataram, em detalhes, como tudo aconteceu. Em nenhum momento, os dois rapazes demostraram arrependimento por terem praticado um assassinato com absurdos requintes de crueldade.


O carro da vítima.

De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu devido a um desentendimento financeiro entre Nilton Fernandes e o auxiliar de enfermagem. Após atrair José Domingos para o local onde ele seria assassinado, Nilton o atingiu na cabeça com uma forte paulada. Em seguida, houve uma intensa "sessão de espancamento" que contou com a participação do comparsa de Nilton, o Bruno Lima.

Bruno Lima da Silva, um dos assassinos.
A polícia rio-verdense ainda descobriu que, após a vitima desmaiar com a sessão de pauladas, os dois rapazes entraram no carro da própria vítima, sendo que Nilton assumiu a direção do veículo e eles passaram com o carro por quatro vezes sob re sobre a cabeça da vitima, esmagando a cabeça do auxiliar de enfermagem. Em seguida o carro de José Domingues, foi abandonado no Setor dos Funcionários, em Rio Verde (GO).

O corpo da vítima ainda na cena do crime.
Os dois assassinos, supostos garotos de programa, foram autuados em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte) e foram encaminhados à Casa de Prisão Provisória de Rio Verde (GO). Se forem condenados, poderão receber uma pena de até 30 anos de prisão.

Homofobia - O presidente da organização não-governamental (ONG) Instituto Conscientizar, jornalista Terry Marcos Dourado, lamentou mais este bárbaro crime ocorrido em Rio Verde, a mais importante cidade do Sudoeste Goiano. "Este caso bárbaro que choca a todos nós tem todos os elementos de um crime por motivação homofóbica por por homofobia internalizada dos criminosos. Na condição de ativista em defesa dos direitos humanos de LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), repudiamos com veemência que as autoridades policiais, aparentemente, maquiem este crime horrendo e bárbaro, com tamanha crueldade e barbaridade, como sendo um crime por clara, por explícita motivação homofóbica", ressaltou o presidente do Instituto Conscientizar, Terry Marcos Dourado.

Nilton Oliveira Fernandes, um dos assassinos.
Na manhã da quarta-feira, 18 de junho, o Instituto Conscientizar vai notificar formalmente o Conselho Estadual LGBTT de Goiás, da qual é membro; e também a cúpula da Polícia Civil de Goiás, para que tomem as providências cabíveis para sensibilizar as autoridades policiais e judiciárias quanto à constatação e consideração de que, este, trata-se de mais um violento homicídio por homofobia que, lamentavelmente, engrossa a farta contabilidade sangrenta dos crimes de ódio contra a população LGBT registrados no Brasil e que são contabilizados em um grandioso e louvável serviço social público pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) há vários anos.

[Com informações do site Plantão Policial RV (www.plantaopolicialrv.com.br) e da PopMix RádioWeb (www.popmixradioweb.com)  -  Imagens: Site Plantão Policial RV]

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